Elizabeth Caldeira Brito

Elizabeth Caldeira Brito
Casa de Campo em Alhué - Chile. Fotografia de Elciene Spenciere

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Goiânia, Goiás, Brazil
Elizabeth é Psicóloga, Professora de Educação Física e escritora. Sócia Titular-Cadeira 07 do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás. Membro da Academia de Letras do Brasil. Diretora Regional do InBrasCI - Instituto Brasilieiro de Culturas Internacionais. É Conselheira do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de Goiânia. 2ª vice-presidente da Comissão Goiana de Folclore-UNESCO. Obra: Dimensões do Viver, poesias - 2004; Quatro Poetas Goianos e um Pintor Francês, biografias - 2004; O Avesso das Horas & Outros - El reverso de Las Horas y Otros - L'Envers des Heures & Autres, Edição Trilingue, poesias - 2007.Traduções de Yvan Avena (para o idioma francês), Perpétua Flores e Ana Maria Patrone (para o idioma espanhol). A cultura plural de Bariani Ortencio (org) Kelps, 2009. A vinda da Família Real para o Brasil-200 anos (org.)Kelps, 2009. Permanências , artigos, Kelps/UCG -Goiânia 2009.Santuário da Cultura Universal, ensaios, Kelps - Goiânia, 2010. Amayáz, poesias, Kelps, 2012. Formação de Goiás Contemporâneo, (org) artigos. Kelps, 2013. FOTOGRAFIA DE MONIQUE AVENA

sábado, 3 de julho de 2010

A CULTURA BARIANINA NO PALÁCIO DAS ESMERALDAS




Elizabeth Caldeira Brito

O Palácio das Esmeraldas guarda lembranças secretas e públicas, de fatos e ações ligados à política, à cultura e à sociedade goianas. Sua construção iniciou-se logo após o Lançamento da Pedra Fundamental de Goiânia, em outubro de 1933, pelo Interventor Pedro Ludovico Teixeira.
Influenciaram o projeto arquitetônico, os estilos art déco e art nouveau, características das construções pioneiras da nova capital do Estado. O Palácio reserva, em cada canto, uma surpresa. Seu nome, Esmeraldas, justifica-se pelas paredes externas, originalmente, revestidas com pó de pedra verde, em massa colorida preparada com material fosforescente. Tempos depois, ao serem restauradas, revestiram-nas de pequenos pedaços de vidros verdes. O jardim interno lembra paisagens renascentistas e preserva, ainda hoje, jabuticabeiras plantadas por Dona Gercina Borges, Primeira Dama daqueles momentos.
Conrado Sorgenitch, à época, ícone nacionalno trabalho com jato de areia artístico, foi o responsável pelas reproduções históricas que compõem suas portas. Com imagens de bandeirantes, índios, fauna e flora do cerrado e aspectos da agropecuária goiana, traduz nossa cultura e a história de nossos ancestrais.
Governadores de todos os mandatos hospedaram-se em seus aposentos, cenários dos principais eventos políticos, sociais e culturais daquele tempo e da atualidade. Seus espaldares sombrearam visitas ilustres, daqui e de além-fronteiras. Desde sua primeira festa, a de inauguração, no último dia do mês de julho de 1937, o Palácio resguarda memórias dos belos bailes de outrora, dos bucólicos saraus noturnos, das grandes decisões políticas, das comemorações e dos momentos de tensão e ansiedade.
O Salão Dona Gercina compartilha com a sociedade, memórias históricas de grandes encontros. E mais um se somará a elas. Neste dia 26, segunda-feira, o salão testemunhará o lançamento dos livros “Dicionário do Brasil Central”, de Bariani Ortencio, e “A cultura plural de Bariani Ortencio. Vida e obra”, organizado por esta articulista, juntamente com o fotógrafo cultural e ambiental, Nelson Santos, com os auspícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia e apoio da Cia Parking.
“A cultura plural de Bariani Ortencio”, livro apresentado aos goianos, por ocasião da II Bienal do Livro de Goiás, no último mês de abril, reúne ensaios, depoimentos, poesias, lugares e fatos ligados à trajetória do homenageado, sob o olhar de quarenta autores, representantes das letras goianas. Os textos, como retalhos multicoloridos numa colcha, compõem o mosaico da vida e obra do Mestre Bariani. Independentes, completam-se, na singular visão de escritores que nasceram ou viveram parte de suas vidas em Goiás. Aliadas aos textos, oitenta fotos registram diferentes fases, atuações e personagens importantes na vida e na cultura plural Barianina. Em rica apresentação, o designer gráfico Dionatan Oliveira, da Editora Kelps, diagramou um belo livro. Na capa, 1ª página e em muitas outras, estão o retrato em bico de pena, de Bariani, executado por Amaury Menezes.
De Bariani Ortencio, o “Dicionário do Brasil Central”, 2ª edição, é o resultado de mais de trinta anos de pesquisas e catalogação de vocabulários específicos do centro do Brasil, áreas de cultura abrangente, que englobam o Triângulo Mineiro, o oeste da Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Tocantins e Goiás. “À maneira de um garimpeiro, Bariani acumulou considerável acervo de publicações sobre a região, além de milhares de recortes de periódicos...”, palavras do editor do Instituto Casa Brasil de Cultura, professor Wolney Unes, na apresentação da obra.
O Dicionário de Bariani não se encerra na busca e no encontro do significado da palavra. Vai além! É uma obra destinada a leituras e pesquisas. Traz a lume especificidades da região central do País que, possuidora de rica cultura, anseia por descobertas, preservação e disseminação, para que o respeito merecido seja alcançado. A publicação aborda: lendas, danças, folguedos e folclore. Dá ênfase não só aos sinônimos e expressões idiomáticas, mas, também, aos jargões típicos de cada lugar e, ainda, à pecuária, agricultura e ao garimpo, além de ressaltar a culinária, as frutas e os animais em seu habitat natural.
Por tudo isto, e pelo encontro com a cultura palaciana, valerão a pena os momentos que partilharemos nesta segunda-feira, às 20 horas, no Palácio dos sonhos... o das Esmeraldas.

Namastê.